O Cruzeiro vive um início de temporada de altos e baixos. Coletivamente, a equipe ainda busca estabilidade, mas quando se analisa os setores separadamente, há um contraste evidente: o ataque tem funcionado bem, enquanto a defesa preocupa. Os números refletem essa discrepância, com os atacantes sendo responsáveis por 90% dos gols marcados, mas a equipe sofrendo tentos em quase todas as partidas do Campeonato Mineiro.

Reforços impulsionam setor ofensivo

Após um 2024 de dificuldades no ataque, a diretoria do Cruzeiro investiu pesado na chegada de jogadores experientes e renomados para o setor ofensivo. Os principais reforços foram Dudu e Gabigol, dois dos jogadores mais vitoriosos do futebol brasileiro nos últimos anos. Além deles, chegaram Bolasie e Marquinhos, que se destacaram no último Brasileirão por Criciúma e Fluminense, respectivamente.

Os novos contratados rapidamente mostraram serviço. Gabigol, principal nome da equipe, já soma quatro gols, liderando a artilharia do time. Bolasie, mesmo sendo reserva em boa parte dos jogos, já marcou três vezes. Dudu e Marquinhos também deixaram suas marcas, contribuindo com um gol cada.

Entre os jogadores remanescentes do elenco, Lautaro Díaz foi o único atacante a balançar as redes na primeira fase do Campeonato Mineiro. Com 11 gols marcados em oito partidas, o Cruzeiro tem o quarto melhor ataque da competição, sendo que 10 desses gols foram feitos por atacantes.

O técnico Leonardo Jardim, que assumiu recentemente o comando da equipe, terá mais reforços no setor ofensivo em breve. Kaio Jorge, que terminou 2024 em alta, está próximo de retornar após um trabalho de fortalecimento muscular – ele atuou apenas uma vez nesta temporada. Já Dinenno, afastado desde agosto devido a uma grave lesão no joelho, deve estar à disposição em abril.

Com um elenco mais robusto, a expectativa é que o Cruzeiro aumente seu volume de jogo e eficiência ofensiva, algo essencial para brigar por títulos ao longo da temporada.

Se o ataque tem sido eficiente, o mesmo não pode ser dito da defesa celeste, que tem apresentado dificuldades no Campeonato Mineiro. O Cruzeiro já sofreu nove gols em oito partidas, uma média superior a um por jogo. Com esse desempenho, a equipe tem apenas a sexta melhor defesa da competição, um número abaixo das expectativas para um time que almeja brigar na parte de cima da tabela.

Outro dado alarmante é que o Cruzeiro só não foi vazado em uma partida oficial na temporada, na vitória por 1 a 0 sobre o Tombense, na estreia do Estadual. Desde então, a equipe sofreu gols em sete jogos consecutivos, mesmo com três técnicos diferentes: Fernando Diniz, Wesley Carvalho e Leonardo Jardim.

Buscando corrigir os problemas defensivos, o Cruzeiro anunciou a contratação do zagueiro paraguaio Mateo Gamarra, ex-Athletico-PR. Ele chega para substituir João Marcelo, que sofreu uma grave lesão no joelho e ficará fora por um longo período.

Além de Gamarra, Leonardo Jardim conta com Fabrício Bruno, Jonathan Jesus e Lucas Villalba, os três principais zagueiros do elenco no momento. O treinador também pode recorrer aos jovens Bruno Alves e Janderson, destaques do sub-20, que estão à disposição para o time principal.

O Cruzeiro ainda tem tempo para ajustes, mas os números mostram que o equilíbrio entre ataque e defesa precisa ser encontrado rapidamente. Enquanto o setor ofensivo mostra sinais promissores com os novos reforços, a zaga precisa de mais solidez para evitar que os bons desempenhos no ataque sejam desperdiçados por falhas na retaguarda.

Com a sequência do Campeonato Mineiro e a preparação para competições mais exigentes, como o Brasileirão e a Copa do Brasil, o Cruzeiro precisa encontrar um padrão de jogo mais consistente para consolidar suas ambições em 2025.


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